
O site do O GLOBO divulgou nesta sexta-feira conteúdos de dezenas de ameaças contra Wyllys. Marcadas por declarações de ódio e de preconceito, elas se avolumaram ao ponto de fazer o parlamentar desistir de assumir o terceiro mandato como deputado federal, para o qual havia sido eleito em outubro passado com pouco mais de 24 mil votos.
Em mensagem enviada à imprensa, Jean Wyllys diz ainda que desde março do ano passado o governo brasileiro foi omisso com relação a essas ameaças e ignorou um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos, que reconheceu que ele estava sob “risco iminente de morte”.
A OEA solicitou ao Brasil que tomasse providências para garantir a proteção de Wyllys e de sua família, porque o caso apresentava todos os requisitos de “gravidade, urgência e irreparabilidade”.
“Viver sob escolta por conta de ameaças e viver sob constante difamação, que era como estava vivendo, não é viver plenamente. O relatório da CIDH da OEA é claro e contundente em denunciar a negligência do Estado brasileiro em relação aos ataques a mim. A medida cautelar foi simplesmente ignorada pelo Estado brasileiro”, disse o deputado na mensagem.
Investigação
Após a decisão de Jean Wyllys de não tomar posse em seu terceiro mandato, a Polícia Federal informou que todos os relatos de ameaças contra ele estão sendo apurados. Afirmou ainda que há inquéritos em andamento para investigar o caso.
Segundo a PF, a maioria das ameaças feitas contra o parlamentar do PSOL foi feita pela internet.
A Polícia Federal reforçou que a atribuição de proteção à deputados é da polícia legislativa e que, à PF, cabe a apuração de crimes.